NAÏFS – Modernistas, contemporâneos

A exposição a faz parte da programação dedicada às comemorações do Centenário da Semana de Arte Moderna de 22. 

Mostra com artistas naïfs de diversas partes do país faz homenagem ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, evento mais emblemático no universo da arte e da cultura brasileiras nas primeiras décadas do século 20. A mostra reúne diversas obras de diferentes artistas e acontece na Sala MAS Metrô, na Estação Tiradentes, seguindo para o interior, onde será apresentada no Museu Municipal Dr. João Baptista Gomes Ferraz, em Socorro. 

Como o Brasil se entendia em 1922, no centenário de sua independência de Portugal, e no momento em que foi realizada a Semana de Arte Moderna no Theatro Municipal de São Paulo: queria deixar o passado de lado, projetar-se em direção ao futuro, com todas as marcas das desigualdades que nos assolavam e continuam assolando até hoje? Como o Brasil se entende hoje, 200 anos depois da independência, e 100 anos da Semana, em que a barbárie nos cerca por todos os lados, em que a cultura brasileira é constantemente atacada? Essas são algumas das discussões que nortearam a realização desta exposição. 

Marcadas pela transgressividade, irreverência, mestiçagem, sincretismo religioso e pela determinação em manter viva nossa capacidade de sonhar, as obras aqui apresentadas são herdeiras da audácia daqueles jovens de 1922, e denotam a necessidade premente de se construir o Brasil que a gente quer no futuro, hoje, com suas múltiplas culturas, sotaques e narrativas. 

Artistas representativos da melhor arte Naïf brasileira expressam o que lhes parece merecedor de ser compartilhado em suas homenagens, interpretações, e releituras da Semana de Arte Moderna. 

Na maior parte autodidatas, esses artistas desenvolveram recursos impensáveis para a criação das obras apresentadas, sustentando-se na antropofagia, promotora da brasilidade semeada pelos modernistas. 

“Naïf: modernistas, contemporâneos” traz a contribuição da diversidade cultural brasileira que é de matriz europeia, afrodescendente, indígena, na construção da ideia de modernidade, daquilo que nos faz plurais e singulares ao mesmo tempo. A mostra apresenta a cultura popular não como um elemento da tradição do passado, mas como algo que alimenta a atemporal arte Naïf, que tem tantas definições quanto o número de artistas que participam desta mostra. 

Marinilda Boulay 
Curadora, PhD em Estudos Portugueses e Brasileiros pela Sorbonne Nouvelle (Paris III, França). 
Presidente do ITC, Instituto Totem Cultural 

Realização: Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo 
Apoio: Linha da Cultura