A mostra apresenta 48 imagens que provocam no espectador uma reflexão sobre o envelhecimento, a invisibilidade da mulher acima dos 50 anos em uma sociedade que cultua o novo e qual será o seu protagonismo levando em consideração que a expectativa de vida vem aumentando consideravelmente.

O nosso corpo nunca é inteiramente nosso. Desde que nascemos passamos por diversas rupturas que reforçam a não pertença de onde habitamos. Construções culturais que vão nos empurrando para cabermos naquilo que não somos. Nenhum corpo é suficiente.

A artista Silvia Husek parte do seu próprio corpo para reivindicar esse pertencimento. Através de autorretratos reflete sobre o seu envelhecimento de forma profunda, poética e densa enquanto nos apresenta fotografias híbridas, que passam pelo rastro, pelo tempo, pelas ausências e sufocamentos de uma sociedade que ainda regula os nossos corpos.

Viver é morrer e adiciono: nascer é também envelhecer. Todo o tempo, continuamente. Nossos corpos estão sempre em movimento, na diversidade de suas particularidades, no tempo de cada metabolismo e hábito, inteiros dentro de seus processos.

Em um mundo onde a beleza das marcas é condenada, o trabalho de Silvia reverbera em como enxergamos nossa própria pele. Curvas, silêncios, distâncias são convites irrecusáveis propostos pela artista em suas imagens e que ajudam-nos a questionar e principalmente resgatar nossos corpos, para que sejam cada vez mais nossos e menos dos outros.

Danny Bittencourt

Realização: Silvia Husek e Linha da Cultura 

https://www.silviahusek.com/

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