A mostra, com curadoria de Guilherme Wisnik, apresenta, na linguagem das bandeiras das torcidas, releituras e diálogos entre ícones da cultura moderna brasileira e os emblemas do futebol, criados pelo artista e designer Kiko Farkas.
Em 1922, no “ano zero” do Modernismo brasileiro, a seleção masculina de futebol se sagrava bicampeã do Campeonato Sul-Americano em território nacional. Que Brasil era aquele que se anunciava? Um país cuja urbanização acelerada trazia pressões democratizantes, onde populações carentes passavam a jogar “peladas” nas amplas áreas de várzea surgidas ao lado dos leitos dos rios, e onde os campos de futebol iriam se configurar como espaços públicos informais em meio a densas comunidades desassistidas pelo Estado.
Prefigurada pela arte moderna, essa sociedade feita de forças contraditórias e em disputa inventou um jeito próprio e afirmativo de jogar futebol, algo que só foi possível pela presença negra e indígena, sem desconsiderar outros povos que para cá vieram.
Nesse imenso caldo cultural, a criatividade brasileira foi o grande destaque nas expressões de massa, fossem elas futebolísticas ou artísticas.
Temos aqui, representadas na linguagem das bandeiras – que tanto encantam as torcidas nos estádios –, releituras e diálogos entre ícones da cultura moderna brasileira e os emblemas do futebol, criadas pelo artista e designer Kiko Farkas. Esperamos que os passageiros do Metrô de São Paulo possam reconhecer nas bandeiras paixões e memórias que permeiam o Centenário do Modernismo no Brasil.
Guilherme Wisnik
Curador
Artista: Kiko Farkas
Realização: Museu do Futebol e Linha da Cultura
Mais informações em: www.mudeudofutebol.org.br