Conectado às questões da atualidade como: desigualdade de gênero, violência e abuso, crise econômica, solidariedade, preservação do meio ambiente, Tomaso Marcolla traz ao público do Metrô uma série de colagens digitais que provocam a reflexão sobre como a arte pode falar pelos grupos silenciados. 

Sem a invenção dos tubos de tinta portáteis, Van Gogh teria continuado a pintar batatas monótonas na Holanda e não as paisagens do sul da França. Sem a impressão em serigrafia, Andy Warhol teria continuado Andrew Warhola. A tecnologia sempre impulsionou o vocabulário do artista para linguagens artísticas anteriormente desconhecidas. 

Os pixels agora estão substituindo a tinta para se adequar ao furor tecnológico dos nossos tempos. Tendo começado a fazer colagens nos anos 1990, o artista premiado internacionalmente Tomaso Marcolla migrou suas criações para o ambiente digital pela agilidade na realização das obras. Tempo é essencial. A arte digital compartilhada na internet tem esse efeito desejado de imediatismo. É o agora que conta. “É como ter uma impressora conectada diretamente ao meu cérebro”, nas palavras do artista. 

Claramente, o cérebro de Marcolla está conectado às questões da nossa problemática humanidade: liberdade de expressão, desigualdade de gênero, violência e abuso, crise econômica, solidariedade, preservação do meio ambiente. Suas obras falam por aqueles que são silenciados. 

Pegadas de botas caminhando sobre o símbolo feminino (discriminação de gênero) ou o cofrinho espancado com um buraco em forma de cruz (crises econômicas e religiosas) permitem que sintamos na pele a importância dos valores sociais e políticos.  

Desde que começou a criar pôsteres sua técnica mudou, mas a inspiração é a mesma: as notícias, uma questão social, um fato histórico que o atrai particularmente. Marcolla tem como objetivo nos fazer refletir, de maneira surrealista e não violenta, sobre os males do nosso tempo: o cruzamento entre uma couve-flor e uma ovelha (Organismo Geneticamente Modificado – OGM), a imagem de uma bala de revólver devorando um lápis (liberdade de expressão). 

Marcolla vive e trabalha em Trento, na Itália, cidade onde nasceu em 1964 e estudou artes tempos depois. 

Artista: Tomaso Marcolla

Realização: Linha da Cultura