A mostra de 20 imagens é resultado da primeira viagem feita pelo artista no monotrilho da Linha 15-Prata do Metrô há quase 10 anos. O título da mostra, “Uma avenida no céu”, é uma referência aos pilares suspensos do monotrilho, que se assemelha a uma grande avenida que recorta o céu. De lá, conseguimos tem uma vista panorâmica e observar o crescimento e avida na Zona Leste da cidade de São Paulo.
O artista revela, em seu processo criativo, a sua curiosidade pela presença humana que faz da cidade um cenário dinâmico, vasto de possibilidades e significados.

Uma avenida no céu. Foi assim que identifiquei o monotrilho desde a primeira viagem.

Feito criança, confesso que ainda hoje quando viajo no monotrilho eu me imagino numa cápsula de ficção científica. Um Metrô com vista aérea e panorâmica.

E quando decidi fotografar o monotrilho, foi então natural recorrer àquela minha visão infantil em que a minha cidade está dentro de um filme de ficção científica.

Mesmo numa cidade tão emancipada tecnologicamente como São Paulo, a possibilidade do monotrilho ainda me impressiona. Ainda enxergo uma camada de futuro nesse ambiente.

Vista aqui do alto, essa gigante avenida aérea é mesmo o cenário de um filme futurista. Assim, recorri à linguagem do cinema para calibrar esse registro numa tonalidade quase fantasiosa e adotei matizes um tom acima dos que meus olhos enxergam fora das lentes de minha câmera. E agora, assim diante do futuro, eu já não consigo mais ver com os olhos de antes.

Realização: Claudio Peper e Linha da Cultura