Nas imagens estão capturados elementos de dança, música, poesia, arte, religiosidade e brincadeira, associados a tradições e divertimentos dos trabalhadores dos antigos engenhos de cana de açúcar, na região da Zona da Mata Norte de Pernambuco, no Maracatu Estrela Brilhante.
O Maracatu Estrela Brilhante de Nazaré da Mata, fundado em 2001 e liderado por Mestre Bi, faz parte da nova geração que comanda as nações de maracatu rural (ou maracatu de baque solto) na capital de uma das mais importantes manifestações populares do Nordeste.
Neste maracatu, elementos de dança, música, poesia, arte, sociabilidade, relações econômicas, religiosidade e brincadeira estão associados às tradições e divertimentos dos trabalhadores dos antigos engenhos de cana de açúcar, na região da Zona da Mata Norte de Pernambuco. Até os dias de hoje, seus folgazões são, em sua maioria, trabalhadores do corte da cana. A manifestação conta com a presença diversa de brincantes que atravessam todas as faixas etárias, desde crianças a adultos e idosos.
A sambada de baque solto é uma tradição viva e ancestral há mais de 200 anos, nascida a partir da confluência de povos indígenas de diferentes etnias em convívio com povos de diferentes etnias africanas, que foram trazidos forçadamente para a região para trabalhar como escravizados nos engenhos de cana de açúcar. Ao longo do tempo, a brincadeira do maracatu passou a estar cada vez mais associada ao período carnavalesco. Nela, em geral, os participantes se reúnem para “sambar”, ao som das chamadas “marchas”, “sambas”, “galopes”, criadas por um ou mais mestres que, eventualmente, disputam entre si a habilidade de entoar estruturas poético-musicais de forma improvisada, a partir de uma variedade de temas e de formas rigorosamente metrificadas.
Sobre o fotógrafo
José de Holanda é fotógrafo, nascido em Nazaré da Mata, criado na Zona da Mata Norte. Seu olhar é marcado pela vivência neste polo cultural pernambucano, berço do maracatu de baque solto, terra dos caboclinhos, da ciranda e do cavalo-marinho. Seu trabalho tem profunda conexão com a música e com as manifestações culturais populares. Em mais de 10 anos de atuação na fotografia, José de Holanda retratou diferentes gerações de agentes da cultura brasileira, como Lia de Itamaracá, Mestre Galo Preto, Zé de Teté, Cambinda Brasileira, dentre muitos. Em sua trajetória realizou diversos ensaios e registros das sambadas, entre 2014 e 2020, e outras manifestações populares pernambucanas.
Realização: Linha da Cultura
